Durante a Operação Piratas do Caribe, deflagrada na madrugada desta sexta-feira (13) em Rondônia, Minas Gerais e Santa Catarina, a Polícia Federal (PF) efetuou a prisão de três pessoas relacionadas à quadrilha de tráfico de pessoas que intermediou a viagem de 12 brasileiros que estão desaparecidos nas Bahamas desde novembro do ano passado. Além das prisões, os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão de documentos e outras provas.
Os policiais continuam as buscas de mais dois suspeitos de participar da ação clandestina. De acordo com o delegado da PF de Ji Paraná (RO), Raphael Baggio de Luca, a maior dificuldade da investigação é a negativa de os parentes dos desaparecidos em divulgar a identidade dos coiotes, responsáveis por intermediar a imigração legal. “Os familiares estão muito receosos em falar e quando falam pedem para ficar no anonimato”, disse.
O delegado disse ainda que essa conduta dificulta o trabalho da polícia em conseguir autorização com o Judiciário para entrar em endereços suspeitos e efetuar as prisões necessárias. “Há grande diferença entre uma notícia anônima e um elemento testemunhal. Somente com o relato anônimo, fica mais difícil para a polícia sustentar diante do juiz a necessidade de uma medida que nos permita adentrar na esfera de liberdade das pessoas, como violação de domicílio dos suspeitos, por exemplo", afirmou.
Para a Polícia Federal, os coiotes podem ser responsabilizados pelo que tiver acontecido aos brasileiros desaparecidos. “A partir do momento que você cria o risco de desobedecer um ordenamento jurídico, se esse risco vier a ocorrer e gerar resultados como acidentes, que possam atingir um bem que a gente estime, por exemplo a vida, essas pessoas serão responsabilizadas de acordo com a norma jurídica", declarou.
Texto: Jornal Metrópole